Dia 23 de dezembro de 2009. Ao colocar os presentes na sacola, percebi que faltava uma última lembrancinha. Como as lojas ficariam abertas até mais tarde - e eu não queria enfrentar o tumulto da rua - chamei meu marido para me levar de carro e ele, todo fofo, concordou. Já estava no horário em que o estacionamento do lado direito era permitido e foi lá que ele parou:
- Beleza, vou entrar e sair em dez minutos. Juro! - falei.
- Espero aqui.
Entrei na loja e saí rapidinho, como eu prometi, Sacola na mão, entrei no carro triunfante e me sentei no banco do carona. Tive uma surpresa:
- Amor, que bolsa vermelha é essa aqui no chão?!
Quando olhei para o banco do motorista, tinha uma senhora de uns 60 anis com uma cara congelada.
Estado de choque total! Ela ficou com o celular numa mão e com os óculos na outra olhando para mim, atônita. Finalmente, ela se deu conta d situação e tudo o que conseguiu dizer foi:
- Aaaaaaaahhh!
Eu ainda estava atordoada quando ela emendou outro berro e logo depois a pergunta:
- O que você quer?
- Na-na-nada - gaguejei - acho que errei de ....
Sai do carro da senhora meio perdida e bati a porta. Era um veículo preto igualzinho ao do meu marido e tinha estacionado bem na frente dele. Entrei no carro, desta vez no certo (ufa!), e fui par casa.
Dias depois, soube na hidroginástica que uma louca havia invadido o carro da amiga da vizinha da prima de uma das amigas de exercício, perguntando quem era a dona de uma tal bolsa vermelha:
- Você não acha um absurdo, Cláudia? O que será que ela queria, hein? - perguntou minha colega durante a aula.
- Vai saber, menina! Temos que ficar atentar; é impressionante como tem gente louca por aí, né?
Cláudia Felício - é escritora e sócia-fundadora do Clube Pagadoras de Micos Convictas. Visite seu e participe do sorteiro de seus livros seguindo-a no twitter: @claufelicio Quem você sabe não fatura um livro neste Natal? |
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